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27 de jul. de 2012

Carta do Leitor


Gênero textual: Carta do Leitor


A Carta do Leitor é um texto motivado geralmente como manifestação de um leitor em relação a um artigo, reportagem ou notícia recentemente veiculada em determinada revista ou jornal. Nela, o emissor pode fazer críticas,  sugestões, elogios e pedidos, tanto ao editor quanto ao jornalista, ou até ao prefeito, outras autoridades ou órgãos públicos e instituições. Neste último caso, a carta adquire mais uma função de protesto do que propriamente de pedido formal.

Tradicionalmente os periódicos costumam reservar uma seção para publicação de cartas de leitores, onde os textos aparecem muitas vezes resumidos e com o título da matéria a que se referem. Ao se redigir uma carta de leitor, entretanto, não se deve colocar título, tampouco ignorar o fato de que é imprescindível o uso de vocativo e de uma despedida cortês. Caso a prova forneça espaço suficiente para se escrever o local e a data, estes devem ser colocados. Quanto à assinatura (identificação) do remetente e considerações sobre vocativo etc., ver “Carta Argumentativa”.

Exemplo de Carta do Leitor:

"Li reportagem no jornal e me surpreendi, pois moro próximo ao local de infestação de carrapatos-estrela, no Jardim Eulina, e sei que existem muitas capivaras, mesmo dentro da área militar. Surpreendi-me ainda ao saber que vão esperar o laudo daqui a 15 dias para saber por que ou do que as pessoas morreram. Gente, saúde pública é coisa séria! Não seria o caso de remanejar esses bichos imediatamente, como prevenção, uma vez que estão em zona urbana? (Carrapatos, M., M.)."
                                                                                                                        (Retirado de exercíco de vestibular da Unicamp, 2007.)

No exemplo, observa-se a estrutura do texto após a intervenção do processo de edição do jornal, que descartou o vocativo, provavelmente: “Prezado editor” -, e a despedida cortês, provavelmente: “Atenciosamente”.

Percebe-se que esta carta possui apenas um parágrafo e que, por meio de uma pergunta ao final do texto, o leitor, na verdade, faz uma sugestão para a solução do problema.

Em alguns vestibulares, o espaço fornecido para uma carta de leitor não excede 10 linhas, o que permite ao candidato escrever não mais do que um ou dois parágrafos. Nestes casos, a pouca quantidade de parágrafos é considerada absolutamente normal, não devendo ser motivo de preocupação do candidato.

PROPOSTA

(Ufpr)              O VETO AO CELULAR NA ESCOLA

            Um projeto de lei que proíbe o uso de telefones celulares nas salas de aula de todas as escolas do estado de São Paulo foi aprovado no último dia 28 pela Assembleia Legislativa. Agora, depende apenas da sanção do governador para ser aplicado: 90 dias após sua publicação, passa a valer como lei.
            Já sabemos que até crianças bem pequenas portam seus celulares com naturalidade e os levam para todos os locais. Também sabemos que escola não é lugar para celular, já que alunos e professores estão lá para um trabalho de foco, que exige concentração e superação. Além disso, se algum aluno precisar fazer ou receber um telefonema urgente, pode usar o telefone da escola.
            O problema é que os pais decidiram que os filhos têm de estar com o telefone sempre. É que eles, a qualquer hora, podem querer falar com o filho e vice-versa. Assuntos inadiáveis? Não pode ser, já que todo dia eles se falam várias vezes.
            Pelo jeito, os pais abdicaram da possibilidade de tomar uma decisão responsável a esse respeito. Sucumbiram, impensadamente, à pressão do mercado - que exige que os telefones sejam consumidos por todos - e dão os aparelhos aos filhos. Ensinam seu uso, apontam locais onde não é adequado portá-los ou situações próprias ou impróprias que motivam as chamadas? São poucos os que fazem esse trabalho educativo.
            Creio que agem assim porque ganham um benefício secundário: estão sempre ligados aos filhos e fazem com que estes permaneçam na mesma situação. O celular que liga os pais a seus filhos já foi comparado ao cordão umbilical. Não é uma analogia bem apropriada?
            Por outro lado, as escolas logo constataram que os trabalhos escolares, que exigem foco, dedicação e concentração, ficavam prejudicados com a presença do celular. Por isso, muitas já vetaram seu uso e até aplicam sanções aos alunos que não obedecem a essa determinação. Mas tem sido difícil contornar a situação, porque os professores também usam o celular na escola, e isso, claro, leva os alunos a fazerem o mesmo.
            Por isso, parece que o projeto de lei mencionado vem em boa hora e que pais e professores devem aceitá-lo de bom grado. Mas devo alertar que tal lei, caso sancionada, é bem perigosa.
            Acima de tudo, porque coloca o Estado no lugar de pai. Os educadores precisam usar a autoridade na relação com os mais novos. Quando os pais precisam tomar uma atitude que desagrada aos filhos, preferem que seja outro - a escola, o Estado - a fazê-lo.
            Mas, quando o Estado passa a legislar sobre a vida dos cidadãos, nunca se sabe quando e onde irá parar. Além disso, sabemos que regras evocam transgressões. Por isso, em educação é muito mais valoroso trabalhar com princípios do que com regras.
            No mundo adulto, os princípios parecem ter perdido o valor: nós também queremos regras para transgredi-las com a mesma atitude da juventude. Afinal, num mundo que valoriza a juventude, somos todos jovens. Mas e os mais novos, por quem serão introduzidos na convivência civilizada com o outro e com a humanidade?

            ("Folha de S. Paulo", 6 set. 2007, Caderno Equilíbrio, p. 12.)

Tomando como ponto de partida o artigo de Rosely Sayão, escreva uma carta ao jornal "Folha de S. Paulo", para ser publicada no painel do leitor. Seu texto deverá:

- ser autônomo: imagine que você será lido por pessoas que não tiveram acesso ao texto de Rosely Sayão. Portanto, não pressuponha esse conhecimento dos leitores;
- tomar um posicionamento da autora e apresentá-lo ao leitor;

- ter, no máximo, 15 linhas.

8 comentários:

Anônimo disse...

Isso é um bom exemplo?

http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/1138200-minha-paciencia-esta-se-esgotando-desabafa-estudante-da-ufpr.shtml

Leonardo disse...

Caro anônimo,

essa carta de leitor é um bom exemplo para esse tipo de gênero textual sendo aplicado na prática e, se a gente pode dizer assim, na vida real. Devemos nos lembrar, no entanto, de que a carta foi editada, perdendo vocativo etc.
Apesar disso, como modelo para vestibular, em que os gêneros textuais são construídos a partir de simulações (1), essa carta, paradoxalmente, não é adequada.
Melhor é investir na formalidade, sem agressividade ou exaltação, posicionando-se com ênfase, mas sempre com moderação e bons argumentos.

1 - Cartas, editoriais, relatos que não são verdadeiros.

Renan P. I. disse...

Professor, é inviável o uso de ironia ao escrever um texto com esse gênero textual ?

Leonardo disse...

Renan, não é inviável fazer uso de ironia, contanto que ela não se torne uma agressão muito contundente e pouco construtiva; ou seja, dever ser equilibrada, desapaixonada. Isso para efeito de vestibular. A ironia, quando empregada, não deve parecer arrogância, mas, sim, sagacidade. Na dúvida, evite.

Unknown disse...
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Unknown disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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