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29 de out. de 2016

MODELO ESTILO ENEM: QUESTÕES DE GÊNERO (FEMININO)

MODELO  ESTILO ENEM – QUESTÕES DE GÊNERO

Revolução inacabada

        A sensação de que não há mais nada a ser conquistado no campo dos direitos da mulher seria confortadora, não fosse preocupante e perigosa. Isso porque, se já contamos com uma “presidenta” e com mulheres em cargos diferenciados no mercado de trabalho, não conseguimos extirpar em definitivo do Brasil o preconceito e a violência de gênero, tampouco garantimos condições trabalhistas compensatórias de modo a promover a igualdade de direitos para ambos os sexos.
        Nesse sentido, ainda está longe de ser superado o que preconizou a filósofa Simone de Beauvoir em sua mais relevante obra, “O Segundo Sexo”. Segundo ela, a subalternidade da mulher em relação ao homem dá-se pelo fato de o sexo feminino não ser reconhecido socialmente em sua individualidade, sendo culturalmente percebido a partir de um referencial primeiro – que não a mulher -, ou seja, do sexo oposto. Esse fenômeno, aparentemente inofensivo, desdobrou-se, no entanto, em situações simbólicas e concretas que precisam urgentemente ser superadas.
        Não bastasse a questão cultural, há muitos que sustentam acertadamente que a Revolução Feminista está ainda incompleta. Um exemplo clássico é a discrepância de salários entre pessoas de sexos diferentes quando estas desempenham as mesmas funções. Nos grandes centros urbanos como São Paulo, ser do sexo feminino tornou-se sinônimo de até 30% a menos no salário. Além disso, a ideia de dedicar-se à chamada “jornada dupla”, de trabalhadora e de mãe, também é desestimulante, principalmente quando não há divisão equânime de funções no lar.
        Sendo assim, não é prudente fiar-se unicamente na políticas públicas já existentes para essa questão. Se há importantes conquistas como a Lei Maria da Penha, a sociedade civil organizada precisa ainda mobilizar-se para temáticas como licença à maternidade e paternidade, bem como justiça salarial. Quanto à cultura, esta transforma-se com o estudo de questões de gênero no currículo escolar, com merchandising social e com o questionamento de valores machistas que perduram no Brasil até hoje. Quiçá as filhas das novas gerações olhem para nossa atualidade e a ela se refiram como um “passado injusto e superado”.


        

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