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29 de out. de 2016

MODELO ESTILO ENEM: O PAPEL DO HUMOR NA DEMOCRACIA

MODELO ESTILO ENEM:  O papel do humor em uma democracia

Um bicho que ri

        O filósofo contemporâneo brasileiro Mario Sergio Cortella, em suas aulas, já esclarece: o único ser na natureza capaz de rir é o homem. Por esse motivo, ainda segundo ele, a Filosofia ocupa-se também de procurar entender o riso e o humor. Aristóteles mesmo, embora preferisse a Tragédia, estudou minuciosamente a Comédia e os autores de seu tempo, a fim de definir-lhes a função social e o melhor modo de provocar o riso. Naquela época, esse gênero debruçava-se sobre a crítica aos costumes, ao egoísmo e à hipocrisia - alvos velhos, mas sempre atuais.
        A sátira, contudo, incomoda, pois sua natureza é assim. Quando domada e resultado da autocensura de que quem a produz, perde a graça, nasce já sem tempero e fadada ao fracasso. Isso porque, para provocar as forças misteriosas que animam o ser humano, a comédia surge da rebeldia, da inconformação e do desafio ao senso comum. Sua função é transformadora, porque age no íntimo do homem. Isso no que se refere ao verdadeiro humor, não ao pastelão bárbaro como o de certos programas televisivos, a exemplo do “Pânico”, da TV Bandeirantes.
        Nesse caso, quando a sociedade anima-se com o embaraço alheio e gratuito, provocado por um sadismo que se amiga com o riso débil ou com a gargalhada estéril, revela-se um quadro moral coletivo problemático, fruto de um humor decadente. Para este, a Democracia, possui suas leis e instrumentos, destinados a coibir o assédio moral. Porém, em contrapartida, a anedota inteligente e suas variantes, em vez de revelar o pior lado do ser humano, costuma trazer à luz da observação, aquilo que precisa ser conhecido e reconhecido pela coletividade, principalmente no que diz respeito  a ideologias, costumes e práticas políticas.

        Nesse sentido, ao concentrar-se sobre temas relevantes para a sociedade, a sátira ajuda a refletir e a estabelecer campos de discussão na Ágora simbólica que deve ser toda democracia Para que seja assim, entretanto, é importante que se invista na formação política do cidadão, que o estudo da Constituição desça da cátedra às escolas, que os preconceitos sejam discutidos e estudados em suas causas . Desse modo, quem sabe, estejamos prontos para compreender desde um Voltaire a um Millôr Fernandes, bem como todos aqueles cuja arma do humor está sempre apontada para excelentes alvos.

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