MODELO ENEM: INICIATIVAS
INDIVIDUAIS
Difícil
Equação: liberdade para agir e presença do Estado
A história da humanidade, ao ser posta em perspectiva,
demonstra algo inquestionável: não fosse a iniciativa individual, não haveria
avanços tanto em questões sociais, como científicas e tecnológicas. Seja por
motivação filantrópica e idealista, como nos casos de Gandhi e Madre Teresa de
Calcutá, ou pelo espírito de descoberta e empreendedorismo, a exemplo de Nicola
Tesla e Thomas Edson, o fato é que a vontade de cada indivíduo talvez seja o
potencial mais valioso e transformador a ser estimulado em uma sociedade.
Contudo, frequentemente, perdem-se talentos promissores no
Brasil em função de inúmeros motivos. Em comunidades carentes, como é comum ver
em noticiários, crianças, que em menos de duas décadas poderiam se tornar artistas,
cientistas e empresários, são cooptadas pela criminalidade; enquanto nas
universidades brasileiras, a falta de recursos para pesquisas frustra
cientistas e acadêmicos que ou desistem de seus sonhos ou abandonam o país,
seduzidos por carreiras mais bem-sucedidas no exterior. Não bastasse isso, como
alerta a jornalista Míriam Leitão em seu livro História do Futuro, o excesso de
impostos e burocracia impede potenciais empresários e investidores de inovar e
empreender de modo a gerar empregos e fortalecer a economia nacional.
Nesse sentido,
infelizmente, há ainda outros agravantes, como o emblemático conflito entre
ideologias de esquerda e de direita, que, longe de produzirem consenso, parecem
oscilar entre a defesa do paternalismo absoluto do Estado – que inibiria
completamente as iniciativas individuais – ou a quase completa omissão do
governo em relação aos problemas sociais – que inviabilizaria o progresso
social do ponto de vista da justiça e igualdade de direitos. A esse fenômeno
mistura-se ainda o personalismo de políticos – flagrante no recente processo de
impeachment em abril deste ano-, que abandonam uma desejável postura
pragmática, a fim de promoverem a própria imagem, negligenciando seu verdadeiro
papel de legislar em favor dos interesses comuns.
Sendo assim, é preciso que se alcance um equilíbrio entre o
que é dever do Estado e o que pode se transformar em políticas públicas que
fomentem a livre-iniciativa e ações individuais em favor da sociedade. Para
tanto, a exemplo do que defendem alguns economistas e cientistas sociais, é
importante que o Governo Federal estude a implantação de incentivo fiscal a
micro e médio empreendedores, ao mesmo tempo que priorize o investimento em
pesquisas nas universidades. Somado a isso, é essencial que se reformule a
Educação de forma a incentivar os jovens a ousar e empreender, a exemplo do que
ocorre nos EUA e Reino Unido, ao invés de simplesmente reduzir suas
perspectivas de futuro à conquista de um “bom emprego” no qual possam se
aposentar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário